23 dezembro 2014

Resenha: Cidades de Papel

Depois de muito tempo, tentando driblar o vício nas séries e tentando administrar o tempo entre leitura/computador, eu consegui terminar o livro Cidades de Papel! O motivo de eu ter demorado foi que a leitura me prendia, mas devido às circunstancias em que estavam minha coluna (quando eu me sento para ler eu fico toda torta), eu deixava o livro de lado. E nesses dias eu tenho saído bastante, o que dificultava minha atenção para leitura. Porém começou a chover desde o começo do dia, e isso me ajudou a concluir esta leitura.
Eu não queria estar fazendo resenha hoje, afinal este não é um blog literário, mas me deu vontade de falar sobre o primeiro livro do John Green que eu leio. Enfim, concluo a leitura da seguinte forma: a leitura realmente prende, já a história, nem tanto.
E ah, assisti ontem A Invenção de Hugo Cabret, e adorei. Quero falar um pouco sobre George Mélies em alguma postagem, depois do livro e do filme ele virou um dos meus cineastas favoritos.
O livro conta a história de Quentin Jacobsen, ou se preferir o Q, um garoto de dezoito anos que está entrando na fase adulta. Quentin é um cara como qualquer outro, gosta de video-game, têm dois amigos (Ben e Radar) e um amor platônico por Margo Roth Spielgeman. A vida dele anda muito bem, até que certo dia Margo aparece do nada na janela de sua casa vestida toda de preto e convidando-o a resolver 11 problemas dela. De um jeito do tipo "que se dane", ele pega a minivan da mãe e vai.
Peguei essa foto fuçando na internet, se foi você que está lendo esse post que tirou a foto diga para eu dar os devidos créditos.
A história em si é interessante, intrigante. A Margo tem uma personalidade interessante também: ela deixa pistas para trás quando some. Uma vez ela foi para a Disney e deixou uma boneca Minnie em cima da cama. Enfim, o que deixou o livro chato para ler foi que Quentin só ficava falando na Margo. Ela é uma personagem importante para a história, porém a paixão de Q fez eu demorar para embalar na leitura. Uma parte importante da história é o desaparecimento de Margo, ela simplesmente some, deixando mil pistas para trás, que Quentin acredita que sejam pra ele. Então vai seguindo as pistas. Isso foi ótimo, você vai descobrindo as coisas junto com o autor, montando o quebra-cabeça junto com ele. 
O protagonista é um adolescente, e eu me odeio por ter doze anos e estar entrando na adolescência, por isso não gosto de adolescentes. O jeito como eles falam, a coisa de falar palavrão, acho tudo isso um padrão. Odeio padrões. Acho que eu realmente não gosto do protagonista, como acontece em vários outros livros que eu já li, não me identifiquei com ele. Na verdade, não me identifiquei com nenhum dos personagens, afinal todos eles tinham dezoito anos e tinham a cabeça diferente da minha. Mas pelo menos gostar de um dos personagens? Sem chance. Me senti assistindo a um filme: só assistir. Sem me envolver só a história, apenas vendo o que está acontecendo e me peguntando onde raios aquilo vai dar. Os personagens do Green tiveram esse efeito em mim. São aqueles personagens que você não se importa se morra, se perca alguma coisa, se não chegue nos objetivos.
Como eu disse, os personagens secundários tem dezoito anos, então eu não me identifiquei com eles. Mas vai mais além: eles são muito superficiais, são adolescentes que não pensam na vida à frente e só pensam em ser populares e chamar atenção. Acho esse tipo de atitude coisa de gente bem trouxa mesmo, então por isso não senti nada com os personagens. Existem livros que eu me envolvo com todos os personagens, sinto coisas diferentes por cada um - ódio, amor, identificação com ele -, mas isso não aconteceu nesse livro. 
O ponto forte dele é a escrita. Acho que foi um dos únicos motivos de eu continuar lendo. Você não se envolve com os personagens nem com um local, mas com os fatos. O John consegue fazer uma coisa que poucos atores conseguem: criar o clima. Se tá todo mundo em uma correria por algum motivo, então é como se você também estivesse nessa correria. Não sentir o que o protagonista sente, e sim você esta ali. Eu me imagino facilmente no meio da história (apesar de nunca ter pensado nisso até agora). 
Eu não esperava muito do livro, mas acabei esperando muito do final. Me decepcionei, porque esperei um final perfeito e acabei ficando com raiva do livro. Bom, é um livro interessante, John Green tem muito talento e o próximo livro que quero ler dele é Quem é você, Alasca?
Espero que tenham gostado. Até a próxima.

17 comentários:

  1. Olha, a adolescência é mesmo uma fase ruim por um lado. Por vários lados. Sei lá, eu considero a maioria (todos) os adolescentes populares que conheço GRANDES idiotas. Na boa.
    Ao contrário de você, eu gosto de Cidades de Papel. Que eu lembre, não me identifiquei com os personagens, mas, simpatizei com a maior parte deles. Tenho uma relação de amor e ódio com a Margo, acho o ponto de vista dela sobre a vida, no mínimo, interessante.
    O mais legal do livro, realmente, é a busca pelas pistas em direção a Margo. Sem isso, Cidades de Papel não teria a menor graça.
    Olha, já vou avisando que Quem é Você, Alasca? segue na mesma vibe. Só que o protagonista desse livro é ainda mais sem personalidade do que o Q. Mas, em compensação, a menina que "assume o lugar de Margo" em cidades de papel (Alasca é o nome dela, a personagem em que, assim como Margo, a história gira em torno dela) tem uns motivos um pouquinho mais... justificáveis, eu diria, para fazer as coisas que faz.
    Não sei. Os livros do John Green falam sobre adolescentes doidões vivendo suas vidas. É assim sempre. Exceto em A Culpa é Das Estrelas. Eu não suporto A Culpa é Das Estrelas. Todas as meninas da minha escola postavam no facebook "lendo A culpa é das estrelas e amando, alguns infinitos são maiores que outros <3". Virou um padrão. Todos lendo o mesmo livro, idolatrando. Se tornou um padrão adolescente.
    Na boa, Belle: larga o John Green e vai ler Karen Harrington. Vai ler Claros Sinais de Loucura. Desse livro sim você vai gostar! A personalidade da protagonista de Claros Sinais de Loucura super me lembra você. E super me lembra eu mesma também.
    Até mais!

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    1. Não gosto mesmo da adolescência porque, quando alguém enfia na cabeça que é adolescente, começa a fazer coisas adolescentes. Ou seja: ficas melancólica, fica com essa coisa de "não consigo me encaixar" e etc.
      Gosto um pouco da Margo, ela é até legal no começo do livro, mas sinceramente, ainda não entendi porque raios ela fez aquilo.
      A Alasca parece ser mais legal que a Margo, e o jeito do livro também, então acho que vou gostar.
      Quero muito ler Claros Sinais de Loucura ano que vem, li a resenha no seu blog e é um dos meus desejados e meta de leitura do ano que vem.

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    2. "Não gosto mesmo da adolescência porque, quando alguém enfia na cabeça que é adolescente, começa a fazer coisas adolescentes. Ou seja: ficas melancólica, fica com essa coisa de "não consigo me encaixar" e etc." - EXATAMENTE!
      Eu ainda acho que ela (Margo) fez aquilo apenas para chamar a atenção dos pais. É claro que eu posso estar errada, mas, pelo que eu percebi, eles nunca deram muita importância pra ela. Então ela começou a fugir, para ver se eles começariam a sentir sua falta... Não sei, faz tempo que li, então posso não estar falando coisa com coisa agora.
      Você não vai se arrepender de ler Claros Sinais de Loucura. É a sua cara (ao menos eu acho, todas as pessoas que já leram porque eu recomendei gostaram, então...)

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  2. Não li as cidades de papel, pelo menos não esse ano. Uma amiga minha leu e amou o livro, virou um dos favoritos dela e eu ainda não sei o por que. Mesmo assim concordo com você, alguns adolescentes são chatos e idiotas em um ponto tão alto que chega a ser enjoativo.
    Uma coisa ruim nos livros do Green é que os personagens dele curtem o hoje sem pensar no amanhã. Ok, pode até ser certo viver, mas em alguns pontos ele exagera. É mais ou menos como fechar os olhos e atravessar uma rodovia movimentada, exceto pela "A Culpa é das estrelas", todos seus personagens são rebeldes e se você parar para analisar cada um tem um pouco do outro. É como se fossem pedaços perdidos da adolescência dele espalhados em seus livros.
    Também odeio padrões, Belle. É uma coisa chata saber que alguns adultos imagina a gente como pessoas iguais e rebeldes. Esqueceram a essência da adolescência e sempre acabam criando personagens superficiais, ele pode até te envolver na forma que escreve; te fazer sentir algumas coisas na pele. Mas para algumas pessoas os personagens dele não foram feitos para se identificar.
    De qualquer forma, vou ler esse livro pra ver o que realmente acho.

    Um Abraço, Lonely S.

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    1. A maior parte dos adolescentes que conheço são chatos e idiotas, acham que por ser adolescentes podem reclamar da vida e etc.
      Algo sem graça no livros do Green. Okay, pode-se curtir a vida como se fosse último dia, é certo, mas não sair fazendo coisas e tomando decisões importantes sem nem parar pra pensar. Acho que os adultos veem a gente assim, por isso nos descrevem desta forma. Leia o livro, vou gostar de saber sua opinião ^^

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  3. Belle, este não é o melhor livro do John Green, com certeza. Na minha opinião, Quem é você, Alasca? é o melhor de todos, pois nos faz refletir bastante sobre a vida. Não que este não faça, mas o outro é melhor! rs

    Beijos,
    Caroline, do criticandoporai.blogspot.com

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    1. Quem é você, Alasca? eu espero ler ano que vem, por causa das boas críticas. Mesmo assim, a ideia do Green não me conquistou de verdade.

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  4. Nossa, talvez a idade tenha interferido mesmo na leitura, pois tenho colegas de 15 e 16 anos que gostaram do livro, mas, junto comigo, eles concordam que o auge de Green é Quem é você, Alasca? Mas pela sua resenha acho melhor você esperar alguns anos talvez, antes de ler.
    Dica, como a Taís indicou, acho que "Claros Sinais de Loucura" faz seu tipo. Talvez, espero, já que ela me indicou e eu amei <3

    Beijos. Feliz 2015 ;)
    dossie-literario.blogspot.com

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    1. Quero reler Cidades de Papel assim que tiver entre 15 e 16 anos, acho que vou entender melhor a história e as atitudes. Enfim, tenho esse péssimo hábito de querer ler o livro não importa a idade, e ele acaba sendo ruim pra mim. Acho que já está na hora de eu ler Claros Sinais de Loucuras.

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  5. Oi, td bom?

    Essa é minha próxima leitura do John Green. Ouvi falar bastante desse mesmo sentimento que vc teve, de superficialidade e raiva dos personagens. Não sei, quando li Quem é Você, Alasca, foi inspirada numa blogueira que falou que tinha detestado a Alasca por A + B, e foi pelos motivos que ela detestou que eu quis ler hahaha

    Beijos!
    Arrastando as Alpargatas

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    1. Eu sempre leio os livros que tipo, a pessoa totalmente oposta de mim odeia. Então eu fico achando que vou me identificar. Então te entendo. Acho que você deveria ler este livro pra tirar suas próprias conclusões.

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  6. Esse é com certeza um dos meus livros favoritos, só fica atrás de "Cartas de Amor aos Mortos". Sua resenha ficou bem completa, adorei!

    sugar-purry.blogspot.com

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  7. Nunca li o livro, mas sempre vi críticas muito boas a respeito dele. Talvez você não tenha se identificado pois ainda está no começo da adolescência ou não tem muita convivência com muitos adolescentes de idades diferentes... Quando eu entrei na adolescência também era como você, odiava ela mas agora aprendi a lidar com tudo de certa forma e as vezes até me pego em pensamentos superficiais, mas em minha opinião a superficialidade não é algo só de adolescentes, mas sim da sociedade, que impõe o consumismo cada vez mais e cada vez mais o aceita...
    Irei ler o livro e assim que puder lhe dou minha opinião... ótima resenha :3 Beijos!

    http://umagarotanadaencantada.blogspot.com.br/

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    1. Eu convivo com vários adolescentes de idades diferentes, mas a maior parte deles não são tão "sem noção" como os personagens do Green. Minha opinião é que ele não sabe mexer com os adolescentes, não sabe da adolescência. Sim, leia o livro o mais rápido que puder! :3

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  8. quando esse liro foi lançado eu fiquei com vontade de comprar. mas deixei passar porque não curti a culpa é das estrelas...e já tenho outro do mesmo autor na minha lista de leituras. o caso dos livros nesse estilo é que ele é feito para jovens leitores [de mais ou menos a idade do protagonista]. apesar de que eu acho que falta um pouco de ~tato~ no autor para tratar dos adolescentes. mas ok..

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    1. Exatamente, parece até que o próprio autor só falou da adolescência dele, não dos adolescentes em geral. Acho que algum dia lerei A Culpa é das Estrelas só para ver como é, como o autor tratou dos adolescentes dessa vez.

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