Resenha: Cemitérios de Dragões

Quem ficou até tarde assistindo o Oscar? Pois é, mas acabei me ferrando: assisti na Globo, não na TNT (não tenho TV à cabo) e na Globo eles cortam a maior parte das coisas, tipo tapete vermelho e abertura, e começa muito tarde. Acabou que nem terminei de ver, uma da manhã eu estava caindo de sono e fui dormir. E ah, todos os filmes que eu apostei que iam ganhar perderam. Mas achei um Oscar justo, até me deu dicas de filmes para assistir.

Eu terminei esse livro domingo à noite, mas não tive tempo de fazer a resenha (minha agenda é bem cheia). Comecei a ler Cidade de Vidro, o terceiro livro da série Os Instrumentos Mortais, e nas primeiras 70 páginas já vou dizendo que o livro é muito bom. Vou terminar essa resenha e já vou ler mais algumas páginas dele.

O livro de hoje, Cemitérios de Dragões, conta uma história que só posso resumir da seguinte maneira: uma visão adulta e sombria de Power Rangers. É isso. Porque o livro gira em torno disso.

Cemitérios de Dragões conta a história de cinco pessoas de lugares totalmente diferentes da Terra e de personalidades incrivelmente diferentes, que acabam indo parar no mesmo lugar: uma dimensão cheia de demônios e costumes totalmente diferentes. São eles um soldado americano que está em uma missão no Afeganistão, uma garçonete irlandesa que faz artes marciais, uma guerrilheira africana que mora entre conflitos em Ruanda, um dublê francês que faz pakour e um nerd brasileiro descendente de orientais.

O legal dessa história é que ela é totalmente original. O autor criou um universo totalmente diferente do que já vimos. Nós sabemos que é uma dimensão que lembra O Hobbit, Game of Thrones e etc, porém o autor fez tudo sair da cabeça dele, e isso fez toda a dimensão criada ser muito melhor. Outro ponto forte do livro é que toda a mitologia criada é bem explicada. Existem livros que cria uma mitologia qualquer, explica de um modo qualquer e você fica sem entender nada. Não é o que acontece neste livro.

Eu gostei muito da escrita, porque ela não cansava (pelo menos não exatamente). E principalmente, ela descrevia os lugares e as criaturas que iam aparecendo no livro. Outra coisa é que a gente descobria as coisas junto com os personagens. Quando os personagens não sabiam do que estava acontecendo, a escrita não entregava nada. Isso foi realmente inteligente do autor.

Os dois únicos pontos que me decepcionaram nesse livro foram os personagens e o jeito como o personagem narrava os acontecimentos.

Existem dois tipos de personagens: os dimensionais e os tridimensionais. Os tridimensionais são aqueles que nós vemos todas as partes, que se parece mais com um humano que com um personagem. Que tem defeitos, qualidades, costumes, etc. Dois exemplos de personagens que são assim os da Cassandra Clare (Cidade dos Ossos) e da J.K Rowling. As duas capricharam nos personagens, o que nos fez ter favoritos, os que odiávamos, etc. Já personagens dimensionais são aqueles que a gente só conhece uma coisa deles. Por mais que o autor se afunde neles, você só conhece aquela parte. Não se parece com um humano. O caso de Cemitérios de Dragões é o segundo.

Os personagens eram muito previsíveis, e, digamos assim, inumanos. Você nunca poderia encontrar uma pessoa daquelas na vida real. Por isso não dá pra você se aproximar dos personagens, de tal malfeitos que são. O bonzinho era bonzinho demais, liderzinho até demais. O personagem que mais me irritou era o brasileiro que era nerd. Era um personagem muito malfeito. Você pode selecionar todos os tipos de nerds do mundo, e nunca vai achar um assim. A imagem dele é a imagem dos nerds em geral: gostam de jogos, de desenhos, de animes, levam surras dos maiores, inteligentes, etc. Mas você sabe que não é assim que eles são. Eu demorei pra terminar o livro por causa dos personagens.

E o outro ponto fraco foi a vontade do autor de prender o leitor na leitura. Os acontecimentos podiam estar realmente interessantes, mas eu abandonava a leitura depois de 10, 15 páginas. Porque é difícil acompanhar uma leitura daquelas. Não sei bem explicar, mas é o seguinte: a escrita era ótima, mas nas horas que realmente devia ter sido boa, ela foi péssima.

Resumindo, eu daria uma nota quatro pra esse livro, porque os personagens foram arrasadores. Pelo final do livro eu até compraria o próximo, mas não sei, muitas leituras atrasadas para colocar na frente. Eu peguei esse livro emprestado com um amigo meu, e tenho essa frescura de não comprar o próximo se não tenho o primeiro. Enfim, vou tentar ler o próximo, só espero que não me decepcione.

Até mais.